Para uma figura-chave de Caputo no Banco Central, "a mentalidade dos empresários está começando a mudar" e os preços já estão caindo.

O governo comemorou o fato de que a suspensão das restrições não afetou os preços e que a inflação de abril foi menor do que o esperado. Agora, autoridades econômicas preveem que essa tendência se aprofundará nos próximos meses, em meio à Fase III do programa econômico, com o dólar devendo atingir o piso da banda e em uma economia vivenciando maiores fluxos de moeda estrangeira devido ao aumento das exportações agrícolas e aos tão esperados anúncios sobre o uso de "dólares de proteção", previstos para esta semana.
Neste domingo, Federico Furiase, figura-chave da equipe de Luis Caputo no conselho do Banco Central, disse em entrevista a uma rádio que já observa " uma mudança de atitude" entre os líderes empresariais, em linha com as diretrizes do plano econômico.
"Há um programa macroeconômico que está seguindo suas sequências, com etapas sendo tomadas, e quando há ordem macroeconômica, assim como o dólar pode cair, que era o que a gente previa, os preços também podem cair, que é o que a gente está vendo nesse contexto. Temos preços de alumínio, alimentos e celulares em queda, devido ao fim da emissão monetária. Além disso, há todo um programa de abertura comercial inteligente, com desregulamentação, com tarifas mais baixas, com impostos mais baixos", listou.
Nesse sentido, ele antecipou que as quedas de preços já registradas por algumas consultorias na segunda semana de maio podem se aprofundar nos próximos meses. " Não vale mais a pena ajustar em caso de dúvida: estamos vendo preços em queda, a mentalidade está começando a mudar", disse ele em entrevista à Rádio Rivadavia.
Furiase enfatizou: "Não nos surpreende que o dólar esteja mais próximo do piso do que do teto da banda, nem que os números da inflação tenham ficado bem abaixo do previsto. Porque existe um programa macroeconômico, porque existe um ambiente mais competitivo com desregulamentação e impostos mais baixos, e tudo isso se traduz em uma queda da inflação mais cedo ou mais tarde."
O governante ressaltou esse novo impulso da conjuntura macroeconômica e afirmou que virão meses de maior fluxo de dólares, em razão de uma maior liquidação agrícola e do impacto do programa "branqueamento 2.0", cujos detalhes o governo está finalizando e apresentando nesta semana.
"Hoje, a economia cresce a 6% ao ano e, para sustentar esse crescimento, com a inflação em queda, precisamos alimentá-la, precisamos remonetizá-la. Hoje, temos níveis de remonetização ridiculamente baixos, a quantidade de dinheiro, a quantidade de pesos, como resultado de todas as crises que tivemos, em que as pessoas naquela economia estavam fugindo do peso. E então, em nosso programa, para evitar a hiperinflação, o risco de hiperinflação deixado pelo legado macroeconômico, tínhamos um programa que era muito, muito ortodoxo em termos monetários", explicou Furiase.
Embora não tenha especificado as expectativas do governo quanto à quantidade de dólares que poderiam entrar por esse meio, Furiase se mostrou otimista. "A remonetização em dólares ajudará a sustentar esse processo de crescimento com menor inflação, porque a quantidade de pesos também é fixa e uma maior oferta de dólares está sendo gerada e isso também ajuda a que o crescimento ocorra mantendo a força da nossa moeda, porque a equação fecha com mais dólares e menos pesos e com menor inflação e pobreza", disse ele.
Clarin